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Ele...

Ane estava sentada em um sofá antigo, em uma mansão abandonada há duas quadras da sua casa. A garota, de quinze anos, tinha ido até o local com seu namorado, que estava no banheiro no fundo do corredor.

Ela não gostava muito da ideia de ter invadido o imóvel, já que ela se apavorava com qualquer barulho estranho. Jeff, seu namorado, não era aceito pela família da menina e por isso resolveu se encontrar com a garota no local.

A cada minuto que passa, Ane fica mais assustada com a casa. Ela era muito velha; tinha dezenas de anos e há muito não era habitada. A garota se sentava no sofá e vira-e-mexe levantava, inquieta. Um som veio da cozinha, mas ela não ousou sair do lugar. Apenas olhou de relance por cima dos ombros. Jeff estava demorando demais; a Lua já ia alta e passava das oito horas.

- Jeff, querido! - Ela chamou, sem obter resposta.

Um som estranho como se alguém arranhasse as janelas fez com que ela olhasse assustada para trás. Apenas um vulto parecia pular entre as sombras.

- Jeff, querido! - gritou ela com forças. - Pare de brincadeira. Vamos embora, agora!

Ela foi à direção do banheiro para buscar o garoto, e a escuridão envolvia o corredor. As sombras subiam pela parede e o vento gélido balançava um lustre antigo. Ane procura por algum interruptor, entretanto não funciona o único que encontrou.

- Ei, Jeff... - começou a se apavorar. - Caramba, garoto, não brinca assim comigo. - disse em meio aos soluços. 

Novamente o vulto passou por ela. Uma lágrima escorreu por seu rosto e ela limpou do jeito que pôde. O ranger das tábuas soltas do assoalho pararam quando ela alcançou a porta do banheiro. Ela tinha pisado em alguma coisa úmida. Suas mãos tremiam quando ela empurrou a porta. Ane tentou ligar a luz, e conseguiu. Uma luz pálida, que vinha de um lampião que a garota encontrou jogado ao chão. Ela apontou a luz bruxuleante para o cômodo e gritou de pavor ao ver aquela cena horrenda.

Seu namorado estava banhado em sangue. Sangue, que vinha de dezenas de cortes feitas em seu peito e pescoço. Seu pulso estava quebrado e partes dos ossos estavam visíveis.

A garota gritou de pavor ao descobrir o corpo. Foi aí, que tudo ficou pior. Ela podia sentir uma respiração fraca por trás de suas costas e ao se virar uma corda se enroscou no seu pescoço. Ela não viu o rosto do agressor, mas a criatura tinha uma força extraordinária e arrastou a menina pelo corredor até voltar para a sala.

O corpo de Ane foi jogado sobre o sofá com violência, e o assassino amarrou seu corpo ao móvel. A garota se contorcia tentando livrar-se das amarras, mas era inútil. O raptor foi até o banheiro e voltou trazendo o lampião. Ele deixou a fonte de luz perto do rosto da garota e disse numa voz trêmula:

- Sorria...

Ane não entendeu o motivo disso tudo e a única coisa que fez foi arregalar os olhos e gritar com força total.

- Sorria. - repetiu.

Ane se negou novamente

A garota percebeu uma mudança repentina de humor no seu raptor e ouviu risos estridentes e alucinantes, parecia que o "bicho" queria ensinar a garota a rir. Mas ela não percebeu isso. O assassino aproximou seu rosto perto da luz e então Ane pôde vê-lo. Tinha os cabelos dourados na altura do ombro, seu rosto era extremamente pálido e seus lábios eram de um rubro impactante. Ane não soube dizer que era homem ou mulher, porque além dessas características, o ser estava com um enorme sorriso psicótico no rosto. Seus dentes eram de um amarelo extremo e um filete de sangue escorria dos seus olhos.

- Sorria! - disse novamente, colocando uma faca bem afiada dentro da boca da menina.

Não adiantou o sorriso torto que Ane conseguiu fazer, pois a faca cortou sua boca fazendo um sorriso fixo até o início dos olhos. Enquanto cuspia

o sangue no chão, a moça agonizava, mas não conseguia gritar.

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