Wiki Creepypasta Brasil
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- Mas Doutor, acho que não vou conseguir ser hipnotizado. Estou assustado.

- Relaxe! Não se trata de hipnose. Já ouviu falar sobre regressão?

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- Pouco. 

- Pois bem, acho que chegamos ao marco zero. Preciso ter como crivo outro método para conhecer um pouco de sua dinâmica psicológica. 

- Confesso que estou com medo, Dr. Willians. Existem consequências?

O especialista apenas deixou explícito aquele sorriso de canto de boca. 

Albert precisava compreender o por quê de seu organismo responder daquela forma. Nada mais o instigava a viver de uma forma saudável. Da sua infância, pouco conhecia. A única lembrança que fazia parte de seus sonhos eram os rostos de seu pai e de sua mãe totalmente distorcidos. Tentava forçar um pouco os mecanismos de seu encéfalo, mas eram tentativas frustradas.

Franzino. Sua aparência não era horrenda, mas não se destacava em um grupo de pessoas. Aquela fisionomia de rapaz na faixa dos trinta anos de idade. Não tinha referências familiares, ou pelo menos não tinha o menor interesse nisso.

Residia em uma cidade pacata do estado do Tennessee/EUA, precisou se esconder em um apartamento de cor morta, esperançoso para encontrar paz e fugir de seu próprio passado, totalmente encoberto por névoa. Contava apenas com uma varanda minúscula e uma caixa de L.A para fazer mais fumaça. Vez ou outra não terminava o cigarro que acendia. Vivia por ali desde quando pulava de emprego em emprego quando mais jovem. Jamais fora um homem social, sempre se esquivava das pessoas que tentavam se aproximar. E como conheceu Willians? (...)

Aos sábados lia os resumos das redações do jornal local. Lá, o psicanalista tinha coluna reservada para expor suas experiências. Homem de referência e totalmente diplomático. Percebeu que sua maior habilidade era desvendar mistérios da vida alheia e convenceu Albert a partir dali.

- Filho, teve sonhos esta noite?

- Sim.

- Quer conversar sobre eles?

- Bem...

- (...)

- Não sei distinguir se foi sonho ou realidade. A porta do quarto estava entreaberta e do outro lado enxerguei um vulto seguido por uma corrente de ar gelada.

- E então...?

- Despertei. Mas meus olhos já estavam abertos. Senti meu corpo completamente estranho. Levantei da cama e fui checar se tudo estava trancado. E estava. Só a varanda que...

- O que tinha a varanda?

- Lembro-me muito bem de ter deixado o maço de cigarros e o isqueiro sobre a mesa. Mas estavam lá, na varanda.

- Albert, está com problemas para cerrar os olhos e pegar no sono?

- Não, se é sobre insônia que o senhor se refere.

- Ok.

Pelo visto, aquele relato não causou estranhamento ao Dr. Willians. Albert foi para casa pensativo, pensava sobre sua condição, sua situação, sua vida. Nada o fez sair daquela órbita de pensamentos.


(Não terminada)

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